Aqui no Brasil sempre soubemos que não há possibilidade de tsunamis. Isso é verdade? Há muitos relatos sobre grandes ondas em praias do litoral brasileiro, como o ocorrido em Santa Catarina em 2016; mas será que isso foi realmente um tsunami?
Para saber se aqui no Brasil pode ocorrer tsunamis ou não, precisamos entender como se formam tais ondas gigantes. A causa mais frequente para sua formação é devido aos terremotos embaixo do mar, ocorridas pela movimentação de duas placas tectônicas a qual libera uma grande quantidade de energia que se dissipa no oceano deslocando muita água. Para se ter ideia da energia que estas placas geram quando se movimentam, é estimado que o tsunami do Japão (2011) tinha apenas de 0,5% da energia do terremoto que o formou. Outra possibilidade é a de erupções vulcânicas submersas ou um grande deslizamento de terra (ou gelo) sobre o mar ou lago, que movimenta uma grande quantidade de água.
Além dos terremotos embaixo da água que geram os tsunamis, como dito acima, grandes deslizamentos de terra podem produzir o fenômeno com facilidade e um exemplo disso é o ocorrido no Alaska em 1958, onde a água invadiu 530 metros acima no nível do mar. Outro fator são meteoritos que caem no oceano, hoje sabemos que até em marte, há 3 bilhões de anos houve um tsunami causado por meteoritos, o qual pode ter causado grandes mudanças climáticas no planeta.
Com as informações em vídeos que temos recentemente notou-se o grande recuo do mar que surge antes do tsunami, além do fato de que uma onda é muito diferente da outra, as quais as comuns são geradas por ventos que tem uma periodicidade de suas ondas entre 10 e 20 segundos e já a periodicidade do tsunami é de 1 ou 2 horas. As ondas não arrebentam na praia como é mostrado nos filmes ou como se imaginava por relatos até o momento, então o termo de “ondas gigantes” não é pela altura que a onda arrebenta e sim o quanto o nível do mar sobe. Mas não foram nenhum desses motivos que causaram o fenômeno em Santa Catarina.
Então o que causou esse “tsunami” no Brasil? Na verdade o que aconteceu foi causado por uma grande nuvem localizada sobre o mar, com seu vento intenso e grande volume de precipitação começaram a fortalecer as ondas; para isso, é obrigatório que o sentido do vento esteja com o mesmo sentido delas. Apesar de ser conhecido como “tsunami meteorológico” é um pseudo tsunami, mais parecido com uma ressaca do mar, pelo fato da periodicidade ser pequena e a causa ser os ventos, mas mesmo assim assustou os moradores e turistas presentes na praia local, por isso fique sempre alerta.
Curiosidades:
Os tsunamis fazem parte da história da humanidade há muito tempo. Existe um curioso fato de quando as ondas salvaram uma região, em 479 a.C: soldados persas iam invadir Potideia na Grécia, a maré estava muito recuada e aproveitaram a ocasião; porém, durante a invasão, foram surpreendidos pelo tsunami que afogou todos os invasores.
Um tsunami igual ao que ocorreu no Japão em 2011 não é um fenômeno raro, mas só recentemente conseguimos entender eles com mais detalhes, graças aos registros em vídeo. O mesmo vale para os tsunamis ocorridos em 2004 que chocaram o mundo com os “primeiros” vídeos das grandes ondas.
Já houveram tsunamis aqui no Brasil: há relatos de um ocorrido no nordeste no século XVIII, o mesmo que atingiu Lisboa. As possibilidades de ocorrer esse desastre aqui no país é bem pequena, porém ainda existe chances devido a um vulcão nas ilhas Canárias que está muito instável. Então se estiver na praia e o mar recuar, corra para o lugar mais alto possível e avise outras pessoas, pois um tsunami está chegando.
https://www.youtube.com/watch?v=5IKIazZc-a8
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tsunami#Tsunamis_gerados_por_abalos_s.C3.ADsmicos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Megatsunami_da_Baía_Lituya
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01490410600582346
http://video.if.usp.br/video/oceanografia-física-dos-tsunamis
http://www.revistas.usp.br/revusp/article/viewFile/34838/37576
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol6/Num2/a04.pdf
http://geoarmando.blogspot.com.br/2010/09/terremotos-epicentro-e-hipocentro-9.html