A primeira técnica de efeito especial que leva destaque surgiu durante a virada do século XX, com o avô da arte dos efeitos especiais, o francês e mágico (literalmente) Georges Méliès. Sua descoberta surgiu por acaso. Certa vez, enquanto filmava cenas cotidianas de Paris, sua câmera de repente parou de funcionar. O resultado deste incidente foi o nascimento da técnica stop motion. Com ela, produziu mais de 500 filmes, entre eles Le Voyage Dans La Lune (Viagem à Lua), que revolucionou sua época no ano de 1902.
A técnica stop motion consiste na utilização de fotografias/imagens dispostas em sequência, que, quando rodadas rapidamente, criam a ideia de movimento. Essa impressão ocorre devido a um fenômeno chamado persistência na retina.
Simplificando um pouco o processo, podemos aproximar o funcionamento de nossos olhos ao de uma câmera: a luz atinge o objeto, é refletida e chega até nossos olhos passando pela pupila (cavidade que controla a intensidade de luz), depois pelo cristalino (uma lente natural dos olhos). A imagem produzida pelo cristalino é projetada na retina, sensores enviam para o cérebro a imagem “percebida” e o cérebro fica responsável por ajustar e interpretar a imagem.
Isso acontece porque várias imagens por segundo são capturadas por nossos olhos e sobrepostas na retina. Elas são alteradas de maneira tão rápida que nosso cérebro não identifica as cenas de maneira separada, ele vê o movimento, ocorrendo com imagens trocadas em intervalos menores que 16 quadros por segundo.
Esta técnica é usada até hoje, principalmente em animações. Podemos citar como exemplo algumas das animações produzidas e codirigidas por Tim Burton, como O estranho mundo de Jack (1993) e A noiva cadáver (2005).