A exploração espacial é ainda tema de ficção científica nas artes, como nos filmes Interestelar (2014), Star Trek (2009) e Star Wars (1977). Nesses filmes, a humanidade tem a tecnologia necessária não só para estudar os diversos planetas que existem no universo como também para viagens espaciais em longas distâncias. Infelizmente, o nosso conhecimento tecnológico atual não permite que a gente explore espacialmente planetas, estrelas e sistemas solares de outras galáxias. No entanto, a nossa tecnologia atual permite-nos aprender várias características sobre tais corpos celestes. Uma das intrigantes descobertas recentes que a nossa tecnologia nos proporcionou foi a identificação de um planeta possivelmente habitável, encontrado orbitando a estrela anã vermelha TOI 700.
O novo planeta recém descoberto, TOI 700e, está em uma “zona habitável”. Essa região é denominada dessa maneira devido à sua localização, que se encontra em um sistema planetário em que há a presença de água líquida em sua superfície, havendo a possibilidade da existência de vida. Tais descobertas foram apresentadas na 241ª reunião da Associação Astronômica Americana, em Seattle, que ocorreu entre os dias 8 e 12 de janeiro de 2023. O corpo celeste, com cerca de 95% do tamanho do planeta Terra, é um dos poucos planetas com o tamanho da Terra localizado na zona habitável de uma estrela. Em relação à sua superfície, os cientistas acreditam possuir características rochosas e a sua órbita completa um período a cada 28 dias terrestres. Além desse planeta especial, encontram-se também, no mesmo sistema solar, três planetas (TOI 700 b, c, d), sendo apenas dois com condições para ser habitável.
Embora a nossa tecnologia tenha a capacidade de coletar informações de longas distâncias, infelizmente não conseguimos explorar espacialmente a localização da origem das informações. A impossibilidade encarada pela humanidade diante dessa situação é explicada por Albert Einstein, o qual apresentou ao mundo a famosa fórmula (E=mc²) (Energia) = (Massa) x (Velocidade da Luz)². Essa fórmula nos diz que quanto maior a velocidade de um corpo, maior a energia necessária para continuar aumentando a sua velocidade. Portanto, como não temos como obter valores exorbitantes e inalcançáveis de energia para alcançar velocidades próximas à da luz, jamais conseguiríamos alcançar longas distâncias no universo, pois levaria um tempo muito maior do que conseguimos viver em uma vida, uma vez que conseguimos apenas viajar em velocidades muito baixas em comparação à da luz.
O estudo dos corpos celestes não é recente e sempre possibilitou grandes avanços para a humanidade. Desde a antiguidade, os seres humanos utilizam-se do estudo dos corpos celestes como guia para a sua vida cotidiana e com esse estudo do movimento dos astros, era possível definir as datas de plantio e colheita das diversas culturas ao redor do globo. Além disso, algumas sociedades antigas como os Maias, Chineses e Egípcios foram capazes de desenvolver calendários com base no estudo do movimento do sol e outros astros. O progresso que os conhecimentos da astronomia trazem à civilização não estava presente apenas no passado da humanidade, pois estamos caminhando para conhecimentos bastantes interessantes para a ciência.
Uma das áreas mais beneficiadas pela descoberta de novos exoplanetas, como o TOI 700e, é a pesquisa das teorias de formação estelar. Dada a grande abundância de estrelas no universo, em alguns anos poderemos contar os exoplanetas na casa dos centenas de milhares, o que é um prato cheio para a pesquisa astronômica. Outra área que pode se beneficiar do estudo é a Geologia, a qual investiga as formações rochosas dos planetas, de forma que podemos entender melhor a formação do nosso próprio Sistema Solar.
Ademais, esse tipo de descoberta nos proporciona, com maior precisão, compreendermos como a vida na Terra pode ter surgido. Se analisarmos como a “criação da vida” em outros exoplanetas se manifesta, podemos ter novas descobertas de como a vida surgiu no nosso planeta. A descoberta desse novo mundo é muito importante para o conhecimento do universo que nos rodeia e para a procura de quaisquer outras formas de vida no cosmos. Tais descobertas auxiliam nossos cientistas que compartilham seus conhecimentos a respeito do nosso próprio sistema solar.
Portanto, a pesquisa de planetas, estrelas e sistemas solares a vários anos-luz da gente é uma oportunidade chave para o progresso da humanidade. Do mesmo modo que os povos humanos mais antigos estudaram os céus com telescópios, física e matemática, possibilitando o surgimento da agricultura e do calendário por exemplo, nós devemos investir enfaticamente nesses tipos de pesquisa caso queiramos aprofundar ainda mais o nosso conhecimento sobre a nossa própria gênese e a origem do nosso universo.