Uma das pautas mais discutidas atualmente é o aquecimento global e sua ligação com as ações humanas. Esse fenômeno é amplamente estudado e divulgado, pois tem trazido consequências importantes na natureza e no clima, por exemplo, o derretimento de calotas polares ou a alteração na frequência e intensidade das chuvas, vendavais e inundações. No entanto, a discussão sobre sua causa traz uma divergência de opiniões, em que, contrariando dados científicos, uma parte da população acredita que o aquecimento não tenha relação com a emissão de CO2 proveniente de atividades humanas.
Como o clima vem sendo estudado e registrado por um longo período de tempo, foram colhidos dados que comprovam que o contínuo aumento na emissão de gás carbônico está diretamente ligado ao aumento das temperaturas médias nos últimos anos em todo o globo terrestre. Em contrapartida, há grupos que acreditam que seja apenas uma alteração natural da atmosfera e também afirmam que as medições de temperaturas estarem mais altas são casos isolados em certos locais, como ilhas de
calor, ou apontam momentos em que a temperatura abaixou, desconsiderando o aumento da temperatura média – afirmações essas que são frutos de uma análise equivocada dos dados observados ao longo dos anos.
O clima da Terra é um objeto de estudo desde os anos oitenta, quando o aumento de temperatura na atmosfera foi percebido, levando a criação do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças de Climáticas) que com dados de décadas, mostrou que a temperatura do planeta não tende a reduzir nos próximos anos, atrasando a próxima era glacial, considerada parte do ciclo climático da Terra.
Várias pesquisas foram desenvolvidas até que fosse possível obter sucesso na construção de uma modelagem do clima com precisão efetiva, sendo uma grande conquista por se tratar de um sistema com variáveis matemáticas de extrema complexidade, em que até então o consenso científico considerava como algo inalcançável diante do tamanho do planeta.
Sendo uma fonte que contrapõe os cientistas que discordam em relação ao
aquecimento, essa é a pesquisa agraciada pelo Nobel de Física de 2021,
desenvolvida pelos cientistas Syukuro Manabe (meteorologista), Klaus Hasselmann (oceanógrafo) e Giorgio Parisi (físico), os quais foram finalmente capazes de prever com segurança o aquecimento global através de uma detalhada modelagem física do clima.
O trabalho realizado pelos cientistas para comprovar suas teorias sobre fenômenos climáticos atuais e futuros envolveu o estudo em sistemas físicos complexos, contando com a pesquisa de Giorgio, como base para o entendimento de fenômenos aleatórios que estão presentes em diversas áreas científicas, e também com o estudo desenvolvido por Syukuro, que traz uma relação entre o aumento da temperatura e o aumento do dióxido de carbono na atmosfera, além dos métodos de Klaus para comprovar os impactos do dióxido de carbono originados da atividade humana.
Graças ao longo estudo desses cientistas que foi desenvolvido por décadas, temos uma ferramenta de previsão extremamente poderosa, e uma prova importantíssima de que aquecimento global está acontecendo. A premiação do Nobel a esse estudo também prova que a divulgação desse assunto é relevante e necessária, para que haja a conscientização e a possibilidade de reversão desse fenômeno de consequências catastróficas.
Ass: VALDEMIR, VITORIA, GRAZIELI